Tempestade carioca

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Acabo de retornar do show da Tarja Turunen e pelo visto, este será o post de abertura do blog, que ainda não tem nome, apenas pessoas com vontade de escrever. Eu, menina do interior, que hoje mora em cidade grande, pude me deliciar pela primeira vez com um dos meus mais antigos e frustrados desejos: ir num show de metal. Morando aonde o vento faz a curva e sem muitas compreensões paternas, fui obrigada a ir adiando meu sonho por alguns anos. Bandas que eu sempre gostei muito acabaram nesse meio tempo (e também considero como acabar substituições medonhas de vocalistas, como Nightwish e Tristania).

Bem, bem, voltemos ao show. A abertura da casa estava programada para às 19 horas, e lá estava eu, às 17 e tantas, no meio de uma grande fila em frente ao Canecão, esperando que meu namorado aparecesse logo. Nesse meio tempo, descobri (ou atestei) que não possuo paciência ou consideração com pessoas que gostam de metal, a menos que elas concordem com as minhas opiniões (mas acho que mesmo assim eu arrumaria alguma coisa de que me queixar sobre elas). Mas o que eu presenciei foi a maioria esmagadora de pré-adolescentes com seus pais, e seus comentários sobre shows de Hillary Duff, músicas de Shakira e Britney Spears. Não, não sou uma pessoa ignorante, que não aceita que as pessoas escutem outro tipo de coisas, mas me deixa aos nervos tem que suportar esse tipo de gente numa fila pra um show de metal. Acho que boa parte dessa situação é culpa de Once, Nemo e a popularização do Nightwish, antiga banda finlandesa onde nossa musa em questão foi vocalista por mais de dez anos, mas isso é assunto pra outro post! Eu tinha vontade de chacoalhar a menina que estava atrás de mim na fila, a tal do show da Hillary Duff… Ela pelo menos podia parar de gritar e fazer comentários que fossem de interesse dela e de seu grupinho, e não da fila inteira. Quase pedi para que o senhor-seu-pai a calasse, mas achei que estaria agindo já fora de meu controle e resolvi ignorar, afinal, Dani finalmente havia chegado pra me distrair.

Às 19 e tantas, o Canecão abriu e pudemos entrar e encontrar um bom lugar para apreciar o show. Ah sim, antes passamos pela banca de camisas oficiais e quase tive um ataque quando o senhor-moço-da-banca-de-camisas quis me vender uma por 40 reais… Camelôs, socorro! Adentramos a pista. Não havia muita gente ainda, e conseguimos um bom lugar num cantinho mais alto, em que as cabeças podiam ser ignoradas e tínhamos uma boa vista do palco. E demorou… Demorou, demorou, demorou (o show estava programado para às 20 horas e uma meia hora depois, surge a banda de abertura (Hydria)… Ai, ai, ai. Sim, eles tinham um instrumental até que legalzinho, uma guitarrista mulher, que é menos comum (porém interessante), mas uma vocalista que é aquele tipo de menina tida como “paty-metal”, as patricinhas do metal, que gostam de pagar de malvadonas, mas que não abrem mão do corset rosa… Nada contra a garota, mas eu os adverti no início do post sobre minha parcialidade e pentelhice metalística. Demora, demora, demora e a banda de abertura sai… Erguem-se os panos no palco para a entrada performática de Tarja e após esperar mais um pouco (dores nos pés), ela faz uma bela entrada com o pano caindo, ao som de Boy and the Ghost, belíssima música na minha opinião. Eu, claro, me emocionei muito nessa hora. Eu sempre quis ir num show do Nightwish e mediante as mudanças na banda, a minha melhor opção era ver a Tarja sozinha. O que se seguiu no show foi uma alternância de músicas dela, de seu primeiro álbum, My Winter Storm, com algumas músicas do Nighwish – destaque para Wishmaster, que todos pediram – e Over the Hills and Far Away. A Tarja é linda, alegre, chama seu público para cantar, dançar, bater palmas, durante o show inteiro, que durou cerca de duas horas. Creio que ela trocou de figurino umas cinco vezes, sempre muito elegante e honrando meu apelido dado a ela de musa. :D

Ela falou em português e inglês com o público, expressou que estava muito feliz em poder voltar ao Rio de Janeiro (já havia vindo com o Nightwish), que estava emocionada com tudo aquilo e que esperava retornar em breve. Foi um lindo show, com uma grande mulher liderando-o e uma banda muito potente, que contava com Doug Wimbish – baixo (Living Colour, Madonna, Jeff Beck, Rolling Stones), Kiko Loureiro – guitarra (Angra), Maria Ilmoniemi – teclados, Mike Terrana – bateria (Masterplan, Savage Circus, ex Rage, ex Malmsteen) e Max Lilja – violoncelo (Hevein, ex Apocalyptica). Um show memorável aos fãs órfãos de Nightwish e aos novos fãs de Tarja Turunen.

Tarja Turunen

Canecão – 31.08.08

Set List
Boy and the Ghost
Lost Northern Star
My Little Phoenix
Passion and the Opera
Sing For Me
Nemo
I Walk Alone
Drum Solo
Ciarán’s Well
Our Great Divide
Enough (música inédita dela)
Dead Gardens + Symphony of Destruction (cover Megadeth)
Oasis
Poison (cover Alice Cooper)
Wishmaster
Die Alive
Calling Grace
Over the Hills and Far Away

PS: fotos e vídeos amanhã, quando todos acordarem e resolverem me mandar. :)

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2 respostas a Tempestade carioca

  1. Uau!
    Adorei o primeiro post. Leva jeito de sucesso esse blog filhote que ainda não tem nome.
    Já assinei o feed.
    Beijos e muito sucesso.

  2. Balard disse:

    Muito bom o post. Resumiu bem o show. Foi ótimo, bem melhor q eu esperava. Ela é muito linda, simpática, e tem uma presença se palco tão boa quanto do Axel Rose ^^

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