Nas férias de julho deste ano, tive o prazer de passar um tempinho nas longínquas terras ourinhenses e entre meus muitos afazeres de férias, tais como comer, assistir tv, dormir ou simplesmente fazer nada, encontrei uma revista Superinteressante perdida entre as várias revistas Crescer da minha irmã mais velha. Era a edição de maio, número 252, e como sempre encontro matérias muito boas nesta revista, resolvi dar uma folheada. Detive-me quase que no ínicio da revista, na coluna Superpapo – Conversas Bacanas, entitulada “O importante é fazer nada”. Tratava-se de uma reportagem com o escritor inglês Tom Hodgkinson, que “há 6 anos (…) deixou para trás um emprego estável e uma casa no lado oeste de Londres para não fazer nada o maior tempo possível.” Tom hoje mora numa chácara ao sul da Inglaterra, e aproveita cada momento de seu grande descanso o máximo que pode. Trabalha cerca de 3 horas por dia e acha isso mais que suficiente. Prefere passar o tempo “lendo, tocando cavaquinho, fazendo pães ou demorando 2 horas pra lavar a louça com os filhos.” É autor da coluna The Idle no jornal inglês The Guardian e o melhor: “Tom acha que o melhor jeito de você ser feliz e até mudar o mundo é deixar de sentir culpa por ter preguiça”, pois, segundo o próprio, “já existe muita gente fazendo coisas demais.”
Seguem trechinhos que mais me agradaram nesta ótima reportagem para vocês, amantes do ócio saudável.
Muitos jovens brasileiros, assim que terminam o ensino médio, são pressionados a escolher uma profissão e entrar na faculdade. Qual deveria ser a melhor atitude nessa situação?
Deveriam parar e pensar mais – pensar por alguns anos. Claro que, se o jovem está apaixonado por uma carreira profissional, deve ir atrás dela assim que puder. Mas muitos estudam, conseguem o diploma e, depois de terem pago anos de faculdade, descobrem que estão cheios de dúvidas. O melhor é dar um tempo para encontrar seus interesses e depois, com maturidade, ir atrás deles. Nós temos a vida toda para trabalhar.
Um problema que vem sendo discutido nas grandes empresas é o fato de o funcionário ficar 8 horas na frente do computador com uma produtividade baixíssima. Por que isso acontece?
Esse é o lado negativo da preguiça. Mesmo em ambientes de trabalho mais modernos, é comum você se perceber na seguinte situação: “São 2 horas da tarde, devo ficar no escritório até às 6 e não tenho nada para fazer. Por que não posso ir para casa?” Qual é o problema de chegar uma hora atrasado no trabalho porque você está de ressaca? Sei que terei de ficar até mais tarde de qualquer forma, chegando ou não atrasado. A única coisa importante é o prazo final para a entrega. Por isso, o melhor é trabalhar para realizar uma tarefa específica, e não pelo tempo que o funcionário passou na empresa.
Sem trabalhar, como vamos sobreviver?
Não digo que devemos deixar de trabalhar, apenas parar de considerar o emprego um fator tão importante na vida. Eu larguei uma grande empresa para ficar em casa, ganhando dinheiro como jornalista freelancer. (…) Se você não pode largar o trabalho, tente não se incomodar tanto com ele.
Quem tenta ficar sem fazer nada geralmente acaba lidando com sentimento de culpa. Por quê?
Outro dia recebi uma carta de uma leitora na Austrália falando que se sentiu muito bem ao ler um dos meus artigos. Ela percebeu que sua família sempre a considerou uma perdedora por causa das escolhas que tinha feito na vida – não ir para faculdade, trabalhar com teatro e morar numa casa mais simples. Assim como ela, você não precisa se sentir culpado por não fazer nada. Tente olhar para os motivos históricos de tanto sentimento de culpa. Ele é um resultado de uma condição imposta pela nossa sociedade e não é um estado nato do ser humano. Somos obrigados a ser bons consumidores e bons trabalhadores, como se quem fugisse desse padrão estivesse agindo de forma errada.
Estes são apenas alguns trechos da reportagem. Após muito pesquisar no Google, eu finalmente a reencontrei, pois não me lembrava de qual revista era, muito menos qualquer nome que pudesse identificar a qual edição ela pertencia. Para quem se interessar pela reportagem inteira, segue um link para baixar a revista toda em pdf (acreditem, vale muito a pena ler esta matéria por inteiro).
Acho que vc tinha q fazer um post sobre seu incrível google fu
Muito bom, nada como não fazer nada.
Você é de Ourinhos? Não acredito! Sou de Chavantes, morei anos em Ourinhos, onde conheci o Toninho Moura, também de Chavantes. Mundo pequeno…
Mestre e Pinguim,
Instalei um plugin novo e preciso saber se está funcionando. Dica do Mestre.
Você recebeu esse comentário por email?
Se recebeu, você poderá respondê-lo (por favor responda qualquer coisa) por email mesmo, sem precisar ir no “oMeaP” para fazer isso.
Me diga o que achou.
Beijos,
Pô, meu!
@Nelson (Pô, meu!): Tá funcionando! Espero…
Sábias palavras a respeito do trabalho. Sou um Ourinhense que morou em Chavantes, e agora labuta em Sampa. Tanks pela visita ao Dicas Sobre Nada. Volte sempre!
Braços!
@Toninho Moura: Tenho amigos em Chavantes! Estou muito longe hoje em dia, no RJ.
@Enio Luiz Vedovello: Sim, muito pequeno! Agradeço as visitas das pessoas de Chavantes.
CARACA!!!
ADOREI!!!!! pir vamo começa a adota esse estilo de vida?!!?
UAHUHAUHAUHAUHAUHHUA..
bjo pro meu casal mais q preferido ^^
Parabéns pelo texto, quanto a não fazer nada, queria muito ser adepta, adoro um ócio criativo! Beijos
@Cris: Que bom que gostou do texto! Obrigada pela visita e volte sempre!